meu quintal #03: gentileza em forma de virada do ano
e algumas práticas diferentes para a gente exercitar
Essa é a última news do ano, e por mais que esse tema esteja bombando de conteúdo por aí nessa época, eu também vou falar sobre metas. Mas espero que não seja exatamente como você está pensando que vai ser.
olhando pro céu (e pensando em um monte de coisas) ☁️
Vencemos mais um ano! Passamos por tudo de ruim que nos aconteceu durante os últimos 12 meses, entregamos todas (ou quase todas) as demandas do trabalho e da faculdade, comemoramos todos os aniversários mais uma vez, subimos e descemos nessa montanha russa da vida e cá estamos nós prestes a… começar de novo.
Uma colega de pós graduação (o nome dela é Márcia Guimarães, e você encontra ela aqui) um dia disse num texto dela:
“Se todos os dias são os mesmos, e os dias têm sido os mesmos desde sempre - somos nós que os enfeitamos”
E essa frase bateu tanto em mim que eu tenho ela anotada aqui no meu quarto. Porque é verdade, né? Todos os dias são os mesmos. E para quem gosta de diminuir o valor da virada do ano, o dia primeiro de Janeiro é só mais um dia sim. Mas ao mesmo tempo é bom ter uma ideia de fim e começo, como se fosse um período para parar, respirar fundo, e continuar a caminhar.
Eu amo essa fase de fim/início de ano, mas uma coisa que sempre me irrita um pouquinho nessa época são as propostas de metas e objetivos que começam a pipocar na internet. Não porque eu não gosto de metas, mas porque vejo muita gente criando armadilhas para si mesmos. As pessoas criam listas imensas de metas sem se preocupar se aquilo é factível pro tempo que elas estão estipulando para si mesmas - um ano. Essas listas normalmente não são de metas, são de sonhos. E o problema é que quando a gente vai chegando em Novembro a gente começa a ver as piadinhas na internet de metas não cumpridas, e eu não acho muita graça nisso.

Não acho graça porque fico pensando: se você acha que não funciona com esse processo, de criar metas todo início de ano, se você percebe que isso não te motiva ou direciona de alguma forma, então porque você faz? Só porque todo mundo faz também? Ai não faz sentido, né?
Eu gosto e faço metas todo início de ano não porque vou ter satisfação de cumprir tudo a qualquer custo, mas porque durante o ano elas me ajudam a lembrar para onde eu tenho que caminhar, onde eu quero chegar. Mas se isso não funciona para você, não gaste seu precioso tempo com isso.
Pensando nesse hábito de metas de ano novo minha cabeça foi parar em outro lugar… Seria tão melhor se a gente começasse a trazer para esse momento de virada de ano, tanto nos últimos meses do ano como nos primeiros, uns sentimentos e umas práticas diferentes, né? Vou propor uma prática que você pode cultivar sendo do time das metas ou não. E caso você não seja, tá tudo certo! (Só não tá certo se você insistir em fazer esse tipo de lista só para se sentir frustrado no final do ano.)
Minha ideia é a seguinte: antes de você olhar para uma lista que você fez a 12 meses atrás (se você tiver uma lista) e talvez cultivar uns sentimentos de fracasso e frustração, você vai parar e listar tuuuudo de legal que aconteceu no último ano. Modo cápsula do tempo ativada! Abra sua agenda, relembre todos os compromissos, navegue no arquivo dos seus stories, vale tudo! Depois de ver tudo de bom que aconteceu e não foi planejado, aí sim você volta naquelas metas de 12 meses atrás. Porque ao invés de pensar “eu fui um merda porque não consegui fazer isso”, talvez você pense “é, eu estava ocupado fazendo todas aquelas outras coisas boas”.
Porque a vida acontece no não planejado, mas a gente se esquece disso com muita frequência. Não é sobre atingir 3, 5 ou 10 metas feitas em janeiro, é sobre o que você vive até chegar lá. E a gente tem que ser gentil consigo mesmo, porque às vezes a meta que a gente define lá atrás já não tem tanto a ver com quem somos hoje, e tá tudo bem. Talvez a gente esteja muito preocupado em alcançar as coisas grandes (que vem em forma de metas) e acaba esquecendo de reconhecer e celebrar as coisas pequenas também, que aparecem no nosso caminho até lá.
Eu vou tentar deixar um exemplo rápido. Uma das minhas metas de 2022 era “Tentar fazer pelo menos 3 peças de roupa do zero”. Repara que a minha meta era tentar, não era nem ter êxito nisso, mas nem perto disso eu cheguei. E eu sei porque eu não cheguei perto disso. A costura foi um hobbie que surgiu durante a pandemia, quando eu tinha horas e horas disponíveis dentro de casa para ficar sentada na frente da máquina de costura quebrando a cabeça. Mas agora que temos liberdade para sair de novo, eu não tenho esse tempo disponível. Eu não consegui cumprir essa meta porque nos finais de semana que eu estaria em casa costurando, agora eu saio com meus amigos e meu namorado. E tá tudo bem, porque eu cultivei momentos incríveis com essas pessoas durante o ano. Para mim, isso é tão valioso quanto ter conseguido cumprir essa meta.
Para esse novo ano eu desejo gentileza para vocês. Que vocês sejam sempre gentis consigo mesmos e é claro, com o outro também. É aquela frase que todo mundo já cansou de ouvir e que não deixa de ser verdadeira, mas que quando ensinaram pra gente faltou um pedacinho:
“Não trate os outros de um jeito que você não gostaria de ser tratado. E não se trate de uma forma que você não trataria o outro”
Então quando aquela vozinha na sua cabeça começar a gritar com você, lembra que você é tão importante como qualquer outra pessoa. E que se o outro não merece ouvir essa vozinha, você com certeza também não merece.
as flores mais bonitas para você 💐
Que tal um mini espaço para curadoria?
Vi essa lista na news do
e achei sensacional. É uma lista de 100 coisas (coisas mesmo) feita anualmente pelo autor de “Roube como um artista”. Eu achei incrível. Tem coisas grandes, coisas pequenas, mas todas foram relevantes para ele durante 1 ano. Imagino que ele vá fazendo isso durante o ano, porque haja cérebro para recuperar tudo isso no fim, né? Achei a proposta incrível e provavelmente vou tentar fazer. Acho que é um sistema ótimo para colocar em prática o que eu propus ali em cima, e claro que a gente não precisa se ater ao número 100. Se a gente conseguir listar 20 já tá maravilhoso! Eu, provavelmente, vou empacar lá no 15.Outra coisa sensacional que eu vi e adaptei lá no meu jardim são 365 coisas para se fazer ao longo do ano. Não espero (e nem quero) que você fique neurado para fazer todas as 365 coisas, mas salva essa lista para quando você estiver em um tédio absoluto ou não souber o que fazer com um dia de folga. Você pode escolher seguindo o dia do ano, ir na sorte ou escolher o que mais fizer sentido com seu humor naquele dia.
o que floriu por aqui 🌼
O que aconteceu de bom ou de novo aqui no meu quintal.
Lembram do visto que comentei na última news? Ele foi aprovado!
Além disso, eu conheci pessoalmente uma webamiga de mais de 10 anos, e essa com certeza é uma das cerejinhas do meu bolo de 2022.
o que secou por aqui 🥀
Eu sou zero a favor da ideia de vida perfeita que muitas vezes temos na internet. Então essa seção é para falar de coisas não tão floridas que aconteceram, pois afinal de contas elas também fazem parte da vida, né?
Como toda viagem, a minha para São Paulo para tirar o visto também teve seus perrengues. O ônibus de volta atrasou e demoramos 5 horas a mais do que o previsto para chegar em BH. Agora é ir dissolvendo o cansaço durante a semana de trabalho, porque é claro que a empresa não vai ter recesso de fim de ano…
e o sol já vai se pondo 🌄
Esses últimos dias foram emocionantes e especiais para mim. Muita coisa não saiu como planejada nesse ano de 2022, mas como já dizia Miley Cyrus: “It’s the climb”. Essa news quase não saiu a tempo, mas a gente rebola e faz acontecer!
Nosso próximo encontro já é em 2023, então boas festas e boa virada de ano para vocês!
Se você quiser reler esse texto, lá no substack tem o arquivo de tudo que eu publico.
Nos vemos daqui a quinze dias!