Depois de alguns (vários) dias de bloqueio criativo, o meu namorado me sugeriu um tema muito bom para escrever para vocês hoje. Então o crédito dessa edição estar saindo em dia é todo dele, que me deu a ideia e o raciocínio, e eu só vou elaborar para vocês aqui.
olhando pro céu (e pensando em um monte de coisas) ☁️
Eu e meu namorado não éramos grandes fãs do carnaval. Fomos juntos pra festa na rua uma vez, a muitos anos atrás, e concluímos que não era pra gente. De lá pra cá nós crescemos, formamos na graduação, sobrevivemos a uma pandemia e prometemos que iríamos ao carnaval quando todo o medo do Covid passasse. O medo passou, o carnaval de Belo Horizonte virou um evento nacional e, como prometido, no sábado de carnaval estávamos nós dois embaixo do sol e no meio da galera na Praça Sete.
Engolimos tudo que falamos mal por anos do carnaval. Nos divertimos à beça no sábado, voltamos pra rua na segunda-feira e já estamos pensando que, no ano que vem, vamos nos preparar para sair ainda mais dias. E o melhor foi que não passei por isso sozinha. Algumas amigas começaram o feriado dizendo que não iriam arrastar o pé de casa e na quarta feira estavam postando foto com a cara cheia de glitter e dizendo “é……. pois é, aconteceu”.

Mas essa newsletter não é para te convencer a gostar de carnaval ou de ir para a muvuca no ano que vem. O que eu quero pensar aqui é: quantas coisas nós “não gostamos” porque algum dia, um “eu” do passado não gostou?
A gente já falou na edição passada como tudo muda, nós e o mundo também. No exemplo do carnaval, a festa em BH não é a mesma da última vez que tínhamos ido, mas nós também não somos. Hoje valorizamos mais estar próximo aos amigos do que naquela época, sabemos o privilégio que é poder dançar e se divertir junto com outras centenas de pessoas sem medo de uma doença, amamos poder andar no meio da avenida que, em dias normais, se inunda de carros.



Eu, particularmente, amei a energia caótica de que tudo pode acontecer, de não saber qual é o próximo bloco que vamos, de tirar da cabeça absolutamente tudo que diz respeito a “vida normal” e viver esse universo paralelo de sol, glitter e música. Todas essas são coisas que, a uns anos atrás (ou até mesmo na minha rotina comum), eu abominava (ou ainda abomino). Minhas amigas chegaram a dizer “quem é você e o que você fez com a minha amiga?” quando eu comentei que iria para um bloco.
A gente terminou o carnaval se sentindo renovado, como tanta gente diz. E ficamos nos perguntando: quantas outras coisas estamos dizendo que não gostamos baseada em uma experiência de um “eu” do passado? Quantas coisas legais será que estamos deixando de fazer por estar no piloto automático?
Talvez em épocas específicas da nossa vida estejamos mais ou menos abertos para as mudanças, para experimentar o novo (ou experimentar de novo). Esse momento pós pandemia com certeza trouxe esse sentimento de que é preciso aproveitar mais a vida para muita gente. Mas essas redescobertas não precisam ser só coisas grandiosas. Talvez seja comer algo que por anos você disse que detestava, ou tentar ler um livro que na primeira vez não te tocou tanto, ou continuar assistindo a uma série que a alguns meses você largou para lá.
Uma quebra no piloto automático, ceder a algo que normalmente não faríamos, talvez seja a virada de chave para algo importante dentro da gente, que a gente nem sabe que existe. Seja para descobrir o amor pelo carnaval ou, de passinho em passinho, ter uma alimentação mais saudável, largando para lá o “gosto” e “não gosto” que definimos na infância.
Afinal de contas, como sempre dizemos nessa news, tudo tá sempre mudando, o tempo todo. Inclusive a gente.
o que floriu por aqui 🌼
O que aconteceu de bom ou de novo aqui no meu quintal.
O carnaval, a purpurina, o descanso, o sol, o céu azul e a contagem regressiva para as minhas férias. Tem dois photodumps sobre meu carnaval no meu instagram, caso você não tenha visto:
o que secou por aqui 🥀
Eu sou zero a favor da ideia de vida perfeita que muitas vezes temos na internet. Então essa seção é para falar de coisas não tão floridas que aconteceram, pois afinal de contas elas também fazem parte da vida, né?
Essa newsletter foi um parto. Tive um bloqueio criativo danado porque, bom, eu estava concentrada no carnaval (como você já deve ter percebido). Meu namorado me salvou aos 45 minutos do segundo tempo (também conhecido como domingo a tarde).
O bloqueio criativo também está atrasando o final de um projeto que tá 99,9% pronto. Pense em quanta ansiedade não mora dentro de mim nesse momento.
e o sol já vai se pondo 🌄
No mês de março estarei vivendo um momento mágico na minha vida chamado ✨férias✨. Prometo não deixar a caixa de entrada de vocês vazia nos dias que temos encontro marcado, mas não prometo que vocês vão receber um texto desse formato, ou um texto inédito, ok?
Como sempre, eu vou amar se você me contar nos comentários o que achou dessa edição. Tem alguma coisa que você pagou língua depois de dizer que não gostava?
O mundo gira, e o que a gente cospe pra cima (passado) cai na nossa cara (presente) e vai cair amanha (futuro).
Acho que a gente tem essa liberdade pra se reinventar, pra gostar, não gostar e gostar novamente. E falar eu não vou, eu não sou, se torna quase uma burrice depois que a gente vai vivendo, porque o amor estar nas possibilidades, o concreto se torna chato e o novo é o que da o gás pra gente viver.
Lindo o texto ( igual seu boy) kkkk.
Boas fériaaaaasssss.