Os meus últimos dias aconteceram muito em torno da temática da amizade, então decidi compartilhar com vocês algumas reflexões que tive nesse período. Bora lá?
olhando pro céu (e pensando em um monte de coisas) ☁️
Deixa eu explicar, antes de qualquer coisa, de onde partimos. Minhas amizades sempre foram MUITO importantes para mim. Lembro que quando me mudei de casa e de cidade meu coraçãozinho de oito anos ficou despedaçado porque iria ficar longe das minhas amiguinhas (spoiler: uma dessas amiguinhas resistiu, e já batemos a marca de 21 anos de amizade). Esse mesmo coraçãozinho teve dificuldade de fazer amigos na escola nova, e toda essa temática se desenvolveu com muito pano para a manga da terapia que eu começaria a fazer na faculdade.
Talvez por ter vivido essa dificuldade de fazer amigos e me sentir sozinha em parte da infância e pré-adolescência, eu entrei na adolescência com uma mentalidade de que deixar uma amizade morrer era inimaginável. Eu achava um absurdo quando minhas amigas brigavam e ficavam meses sem se falar. Na minha cabeça elas eram muito idiotas de deixarem uma amizade se perder de forma tão fácil. Tinha que ir lá, pedir desculpas, resolver tudo e bola pra frente. E eu ainda penso assim, mas só em partes.
Eu tenho certeza que muitas pessoas devem ter se sentido assim também. Afinal de contas, quando somos adolescentes nosso mundo existe, em grande parte, entre as amizades. São os grupos que fazemos parte que nos trazem o sentimento de pertencimento, que nos trazem identidade, não é mesmo? E como eu tive dificuldade de criar amigos, tanto por ser tímida como pelo cenário pouco receptivo que tive na escola, eu me agarrei àqueles amigos que eu fiz como a Rose se agarrou a tábua em Titanic.
Mas me permita criar uma rachadura na sua janela perfeita: se você ainda não teve que deixar um amigo/a ir, esse momento ainda vai chegar. Eu posterguei o meu momento o máximo que pude, mas ele chegou inevitavelmente. Doeu tudo que eu achei que doeria, mas eu sobrevivi. E os amigos que eu deixei ir também. E, de certa forma, nossa amizade também.
Como eu disse para uma amiga no nosso último encontro: “Que bom que a gente cresceu”. Que bom que tomamos coragem para deixar as pessoas que não fazem sentido mais ir embora. Porque, acredite, é pior tentar mantê-las por perto contra a vontade delas. E o melhor de tudo é que deixar as pessoas irem embora é abrir espaço para gente que te enche de energia ao invés de sugar. É como limpar o armário e jogar roupas fora: a gente abre espaço para uma blusa linda e que tem tudo a ver com a gente passar a morar ali.
É algo que vem com o tempo, eu tenho certeza, mas comece a perceber quem são as pessoas que enchem seu coração e quais atormentam ele. Essa distinção não vai ter relação nenhuma com quanto tempo você conhece aquela pessoa, o que vocês já viveram ou não juntos. Vai ter a ver com o agora, porque já falamos na última news que a única coisa que existe é o agora, né?
Que bom que a gente cresceu, e que bom que aprendemos o valor das amizades que nos recarregam. Que bom que aprendemos, cada um da sua maneira, que é preciso dedicação para manter as amizades que são realmente importantes. E que delícia que é perceber que as amizades que valem a pena tem manutenção leve, sem cobrança, sem sentimento de obrigação.


Cada dia que passa, eu aprendo que dedicação e presença vem de um jeito diferente para cada um, e talvez um dos segredos para amizades que duram para sempre seja um match do jeito de se dedicar de um com o que é essencial para o outro.
o que floriu por aqui 🌼
O que aconteceu de bom ou de novo aqui no meu quintal.
Me encontrei com amigos queridíssimos nos últimos dias e vi diante dos olhos o caminho extenso que cada uma dessas amizades percorreu. Sou grata demais por ter essas pessoas perto de mim depois de tantos percalços, e mais grata ainda de perceber que cada dia que passa essas amizades se fortalecem.
o que secou por aqui 🥀
Eu sou zero a favor da ideia de vida perfeita que muitas vezes temos na internet. Então essa seção é para falar de coisas não tão floridas que aconteceram, pois afinal de contas elas também fazem parte da vida, né?
Belo Horizonte está embaixo de chuva a tanto tempo que já perdi a conta. Fomos abençoados com dois dias de sol mas, se a previsão estiver certa, na quarta feira a chuva volta a nos assombrar. Se continuar assim nos próximos dias acho que vou virar um sapo. Inclusive tem até sapo visitando minha casa já.
Eu como uma branca cor de leite azedo aguardo ansiosamente o sol do verão dar as caras para eu tentar tirar a cor de desbotada que eu tô. É mais provável que eu fique cor de camarão enquanto tento.
Essas últimas semanas também tem sido de redescobrir o trabalho presencial. Até eu pegar o ritmo de novo sinto que um caminhão passou por cima de mim sempre que chego em casa. Ossos do ofício ¯\_(ツ)_/¯
e o sol já vai se pondo 🌄
Essa edição veio de supetão. Não sabia muito bem qual seria o tema dela, até que decidi escrever sobre o que me tocou por último, e num jorro de criação ela saiu.
Como é sua relação com suas amizades? Você já viu uma escapar pelos dedos? Me conta nos comentários!
Se você quiser reler esse texto ou ler outras edições, lá no substack tem o arquivo de tudo que eu publico.
Nos vemos daqui a quinze dias!